sábado, 4 de setembro de 2010

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Ontem ouvi a seguinte pérola: 
- Chegar aos 36 anos assim? Solteira e sem filhos!
 - Quero estar casada e grávida. 
Fiz o silêncio ético, já que a locutora tem 34 ( Corre Lola,corre muitooooooooooo! ).
Entrei em “crise’, além de ser virginiana e estar no pior inferno astral de minha vida (doença fatal em família).
Procurei respostas para tal constatação agonizante até em rótulos de xampu, juro que coloquei no Google: solteira aos 36 anos.( Seja legal! Esqueça ao me ver).
A resposta foi 896536304672418430 resultados de loucas do mesmo modelo que eu.( sem comentários/ conforto assumido).
Como tinha que voltar ao trabalho, minha angustia durou só a indigestão da sesta.

Durante a labuta não tive tempo para pensar, quem dirá sofrer. Trabalho com alunos, criações e infinitas curiosidades.
Quando cheguei em casa, confesso com uma certa vontade de morrer de vergonha, reparei que não tinha um copo limpo e que o chão parecia o  da última noite de carnaval de um clube popular. 
Antes que o cansaço assumisse sua forma sólida, joguei muita água com sabão em pó no chão, acendi um cigarro, senti o escorregadio chão , sentei e recebi a notícia (via celular) que aquele moço lindo de arder tinha desistido do casamento, pois, tinha tido uma experiência homo só para constar nos autos e por  tanto gostar  largou a noiva com as contas do bufê e ilusões de propaganda de união à la delícia cremosa. à deriva.( Gay é gay.....Vamos combinar?! Quem dirá bi!O empírico é óbvio.)O assunto dos 36 veio à tona, mas antes que o devaneio me ocupasse mais que a faxina, agarrei o rodo que do fundo do coração era o urgente urgentíssimo.Portanto, vamos lá: água, sabão, rodo, vassoura e eu....
-Qual é o mal em ter 36 anos e estar “só”?
Eu não vou casar porque a idade gritou e as rugas denunciaram, muito menos ter um filho porque todas as minhas amigas têm. Acho até, que se esse é o propósito  é muito fácil, a urgência não é só minha.Com idade, ou melhor, com o tempo passando é inerente que nos conhecemos mais, temos certas certezas assustadoras e quase secretas. 
Portanto, a exigência reina.
Em particular, odeio tanta coisa, que o que sobra é tão simples que não dá para exigir sem parecer piegas.
Amei uma vez, acho que foi amor, acho! Pois, só me  imagino  fazendo a macarronada de domingo para ele (será?!!!), os outros  inclusive o que juntei os trapos por um tempo e que para evitar perguntas pessoais, grito que já fui casada( o que não é mentira), respeito e tenho muito carinho....eu acho ( não sei nada! Se você souber mande a bula - obrigada), mas se já passou não vou perder tempo em dar nome á sentimentos, carinho e respeito cabe em qualquer lugar.
Agora, com uma casa impecávelmente limpa e depois de quase 12hs da  piedade e indignação alheia,  sei que só parece triste estar aos 36 anos sem....
A propósito: Sem o quê?
A ausência para mim se chama falta, vazio.... Juro que tento procurar esse ôco e não encontro.Parece egoísta e talvez eu seja, aqui entre nós. 
Para a sociedade apostólica romana impecável sou estranha e pior, muito pior: encalhada. (O Vaticano está cobrando ingresso para ver o Papa). \o/.
Para não criar uma discussão sociológica ou religiosa escuto, abstraio ( não sei sublimar) e por fim concluo ou viro autista ( com todo respeito do mundo, isso é só um subneologismo) em questão de segundos.Não consigo dar tiro para todo lado ( a bala sempre nos atinge e minha coordenação motora ficou para outra encarnação), odeio playboy que tem na ponta da língua o sobrenome do amigo filho do sei lá quem e das festas do mês 09.10,11,12,01....., pavor de quem dança e gosta de  rebolations, Luans,..... ( dói mais que pedra nos rins)  ou afins, quase gays ( assuma!!!!!!!),  e o pior é homem sem graça. O mundo está cheio disso ou isso tudo me persegue.
 A exigência é grande, quase impossível de ser atendida. Aliás, triste e solitário para mim é estar sem saber o nome do que se sente, para preencher lacunas, para mostrar para nossa sociedade e para provar “que deu certo”. 
Torço para que tenha dado certo, na minha opinião dar certo é ter alma.Encha a boca, aliás, lote a boca para falar de você. Só assim você saberá diferenciar o certo do errado, bom do ruim e por aí vai.,
Ps: Claro que me questiono, muito também, ainda não sou a Nell.... Será que deveria ser?

Bjo obsoletos melhor que cheio de meteóros e rebolations.. Amém!